sábado, 20 de fevereiro de 2010

Passo a passo, sem esperar nada.

Vesti uns calções curtos, mas confortáveis, os meus ténis de jogging, um top e atei o cabelo. Prendi o iPod nos calções e os phones atrás do pescoço, coloquei os óculos de sol, peguei na chave do carro e saí.
Saí de casa quando no meu relógio apareceram 17horas e 0 minutos. Pareceu-me a hora ideal, a hora perfeita.
O som que vinha da rádio era tranquilizante. Estava calor, mas não queria ligar o ar condicionado, queria ar puro, sentir a brisa suave no meu rosto. Naquele dia, queria e sentia necessidade de coisas espontâneas e naturais. Abri, então, o vidro do carro e por momentos apeteceu-me saltar, mas apenas do meu braço foi rebelde.
Os cigarros estavam a acabar, porém aquele momento era tão genuíno que não me importei. Tirei, então, um cigarro, acendi-o, ajeitei os óculos de sol, aumentei o volume do rádio e não fiz nada mais do que desfrutar.


Cheguei.


Aquela praia repleta de boas recordações fez-me sentir saudades, tinha de lá voltar, mas desta vez sozinha. Tinha de a conhecer sem ti, tinha de saber se, mesmo sem ti, tu continuavas lá.
Ao olhar o mar senti uma adrenalina, uma fúria e uma vontade tão, mas tão intensa que, sem pensar em mais nada, corri... corri... corri... corr... cor... co... c............. corri até ficar sem fôlego. Corri até não conseguir mais, até os meus joelhos caírem na areia e a minha cabeça ficar caída entre os meus braços. O meu corpo desistiu ali, as minhas forças, ou a falta delas, deixaram-me ficar ali, caída num imenso mar de areia. O meu corpo cedeu ainda mais e, sem conseguir resistir, todo o meu corpo se estendeu.
Olhei para cima, ceguei. Num rápido impulso os meus olhos fecharam-se e assim se mantiveram até sentir uma presença forte deitada a meu lado. Olhei para um lado. Olhei para o outro lado... mas não vi ninguém, não estava ninguém. Percebi que, mesmo tu não estando ali, estavas presente.

Estava na hora. Levantei-me a custo e caminhei lentamente. Sem pressas, sem esperar nada, sem saber para onde ia, sem querer coisa alguma... comecei a caminhar. Passo a passo! Foi assim a partir daquele momento.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Puramente físico.

Não sei que dia é hoje, não sei que mês é este. O relógio está tão vivo que eu perco toda a noção de tempo, está tão vivo que tenho perdido tempo demais. Eu não posso prosseguir, mas não posso desistir. Tenho perdido tempo demais.
Somos tu e eu, com tanta coisa para fazer e nada a perder. Somos tu e eu e somos todas as pessoas que neste momento importam. Não consigo tirar os olhos de ti, não consigo deixar de pensar em tudo o que me podes dar, em tudo o que te quero dar.
Tento revelar-te coisas não ditas, mas todas as coisas que te quero dizer, não estão a sair de forma directa, parece tudo confuso. Eu tropeço nas palavras, mas a culpa é tua. Decidiste deixar a minha mente às voltas. Eu não sei para onde ir. Não sei sair daqui. Há qualquer problema que ainda não foi nomeado.
Tu e eu!
Tudo o que fazes é bem feito, até a tua sinceridade extrema é perfeita. Tudo o que fazes está certo, tudo o que fazes é bem feito. Mas, existe algo sobre ti... existe algo sobre ti que eu não consigo compreender completamente, que me faz ter reservas acerca de ti. Essa parte preenche-me o pensamento. Tenho sede de descobrir por saber que isso não é possível!
Somos tu e eu, com tanto para fazer, sem nada a perder, com nada a provar.
Tu és a confusão que não acaba, relógios que não se calam, paredes que se vão fechando. És uma onda feroz que me atira para o chão e me deixa de joelhos. Eu vou conseguir levantar-me, e aí vou agarrar-te, pois eu não posso parar agora que sei andar. Malditas oportunidades perdidas que me fazem pensar se serei uma parte da cura ou da doença.

Que dia é este? Qual é o mês?
Este relógio nunca pareceu tão vivo!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Percebes?

"Não é só fazeres amor comigo, percebes? Não é só fazeres amor comigo. Chegas aqui e dizes que gostas muito, gostas muito, gostas muito. E isso mexe muito comigo, percebes?"