quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cegueira.

Uma estrela cadente caiu do teu coração e pousou nos meus olhos. Eu grito alto enquanto ela os rasga. E agora... Ela deixou-me cega.
As estrelas, a lua, todas elas explodiram e agora deixaste-me no escuro. Sem amanhecer, sem luz, estou sempre neste crepúsculo, na sombra.
E no escuro eu posso ouvir o teu coração. A minha audição fica mais apurada. Eu tentei encontrar o som novamente, mas ele parou e eu estava na escuridão. Eu passei a ser a escuridão.
Tirei todas as estrelas dos meus olhos e com elas construi um mapa. Eu sabia que de alguma forma poderia encontrar o caminho de volta. Shhh. Eu ouvi! Então eu ouvi o teu coração a bater. Estavas também na escuridão.

Eu fiquei lá contigo.

As estrelas, a lua, todas elas foram explodidas. Deixaste-me no escuro. Sem amanhecer, sem luz, eu estou sempre neste crepúsculo. Mas agora sei que estás lá comigo. Agora eu sei que não estou sozinha.

The Dance.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desprendido, mentiroso.

Vives assim, desta forma. Vais e vens. Vais e vens. Vais e vens. É a facilidade com que o fazes que me deixa confusa.
É assim que vives. Que comportamento tão desprendido!
Levas, levas, recebes, ganhas, roubas, levas... Mas nunca dás. Porquê?
Eu deveria saber que serias um desastre pelo primeiro beijo. Deveria saber que a primeira impressão é a correcta e não a segunda!
Eu tinha os olhos tão abertos e eles foram fechando... fechando... fechando. Porquê?
Dei-te muito do que tinha e simplesmente deitaste fora. Pedia-te o teu amor. Pedia-te mais? Não!
Tu não entendes. Andaria pelas brasas por ti, colocaria a minha cabeça junto de uma pistola, colocar-me-ia entre a espada e a parede, saltaria para a frente de um comboio, tu sabes que faria qualquer coisa por ti. Aguentaria o peso de uma bala no meu cérebro. Sim, na verdade, eu morreria por ti. Mas para ti... impensável, não é?
Bate-me. Esbofeteia-me. Magoa-me. Deixa-me nódoas negras. Deixa-me a cara vermelha. Bate-me até eu ficar anestesiada. O que te parece?
Eu sirvo um banquete ao diabo, eu digo-lhe "Olá", quando tu voltares para o sítio de onde vieste. Tu és louco, és mesquinho, desequilibrado... és mau. É o que és. Sorris e logo depois cortas os travões do meu carro. Ris e logo depois queimas as minhas mãos.
Se o meu corpo estivesse em chamas... Ficarias a vê-lo queimar-se? Tu disseste que me amavas, és apenas um mentiroso, apenas isso! Porque na verdade nunca, nunca me amaste meu bem!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dança comigo.

Vamos dançar meu querido estranho e mostre-me pecados secretos. Amor pode ser como escravidão, sabia? Seduza-me mais uma vez.
Porque não dança comigo? No meu mundo de fantasia porque é que não dança comigo? Ritual de fertilidade.
Como um fantasma. Simplesmente você não me parece real. Como uma premonição de maldições na minha alma.
Da maneira como o quero... bem, poderia ser contra a lei. Eu tenho-o visto em milhares de mentes, tem feito os anjos cairem.
Venha cá querido estranho. Tem apenas mais uma dança até a música acabar. Vamos dar mais uma chance a isto.

Dance comigo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

É o que parece?

Como é que vai ser? Como vai ser e o que vais fazer? Eu nem sei se posso viver sem ti. Como vou saber? Eu tento saber como vai ser, se posso viver sem ti. Eu tento, tento fugir de tudo isto, desprender-me, mas eu só penso na hora em que estás aqui. Tenho vontade de voltar atrás na hora em que tens de ir embora.
Nunca vens, não apareces, não me procuras, mas quando vens finges que não há nada, finges que sou apenas uma pessoa como tantas outras. Chegas até a ser cínico e falso.
Chegámos ao fim da estrada, é isso? É o que me fazes pensar. É o que me fazes sentir.
Até pode parecer que estou livre. Até pode parecer que sou livre, mas eu estou presa a ti. Tu não entendes? Eu respondo... Entendes sim, mas é aqui que entra o teu cinismo. Julgo estar presa a ti! Às vezes disfarço e não consigo, mas eu só penso na hora em que estás aqui. Ligas-me, procuras-me, perguntas por mim, pedes-me que vá até ai. Mas e depois? Depois dizes que não podes. Eu prometo que não te procuro mais, prometo que não te quero ver mais, que não vou pensar em ti, eu prometo que não te ligo, que não vou até ai. Eu prometo fazer tudo isto até que tu não me largues. Tens de ser tu. Tens de querer tanto quanto eu. Tens de mostrar mais do que eu.
Eu chamo-te nomes, grito contigo, sou arrogante. E tu dizes que me adoras? Como? Como és capaz de o fazer?Quantas vezes tento manter a calma para parecer que não ligo ao que fazes ou dizes? Chega a parecer que te esqueço, mas só quero estar contigo. Tento dizer-te adeus e tu deixas sempre uma porta aberta, uma espécie de abertura para que tenha sempre o desejo de olhar para ti. Porquê? Todos os dias me sinto saída de uma directa, exausta, cansada. Mas mesmo assim tento parecer que sou livre.

Uma cópia? Não.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Céu e Inferno.

Há qualquer coisa lá fora! Através dos vidros baços vejo que há uma calmaria na rua.
Deste lado apenas existe um corpo, uma alma e uma almofada que guarda todos os meus segredos.
Não te vou deixar entrar. Se deixasse passaria a ser uma almofada para dois corpos e duas almas. É alarmante! Dizes-me que não há motivo para alarme. Prometes não me causar nenhum dano, prometes não me causar nenhum mal, mas não posso arriscar. Quero manter os meus segredos na minha almofada.

Há qualquer coisa lá fora. Através dos vidros baços vejo que estás preso num fogo cruzado.
Céu e Inferno. Estou no céu e torna-se cada vez mais difícil ver-te nesse fogo cruzado do inferno, procurando por um abrigo.

Agora estamos os dois no fogo cruzado. Tenho de arriscar o inferno, só assim o resgate pode ser perfeito. E foi!

Continuo a sentir que há motivo para alarme ao ver-te trocar de roupa enquanto diminui a luz, mas toda a tempestade de fora é esquecida.
Raios! A tempestade foi demasiado esquecida. De repente, nuvens negras aproximam-se. Com elas a mágoa e dor parecem cair como chuva.
Eu sabia que havia motivo para alarme!

...E estamos presos num outro tipo de fogo cruzado. Céu e inferno juntaram-se. Procuramos por abrigo.

Peço-te que digas ao diabo que volte para as suas origens! Ele lança fogo por todas as veias pulsantes. E quando o mais difícil passar estaremos aqui, naquele que era apenas céu. E os nossos sonhos guardados na almofada quebrarão as barreiras dos medos.

Não faz sentido. Agora que passou, anseio por mais fogo cruzado, por mais veias pulsantes. Anseio que a almofada se torne mais vezes de dois corpos.

domingo, 27 de junho de 2010

Canta comigo.

Chamo pelas mulheres, estou a chamar por todos os homens, pois nós somos a geração. Como podemos dar-nos ao luxo de esperar se o futuro começou ontem? Já estamos atrasados!
Estive à procura de uma canção para cantar, procurei por uma melodia. Procuro alguém para nos conduzir.
Eu tenho tentado fazer o mundo mudar... se tenho.
Se sentes o mesmo, porquê estagnar? Porquê não fazer nada? Se sentes o mesmo segue em frente e diz: Se estás aí fora, entra. Canta comigo.
Estou a morrer de vontade de acreditar que estás aí fora e que te vais juntar a mim. Por favor, levanta-te, entra e grita.
Não percebes? O amanhã começa agora. Agora, agora!
Sem promessas perdidas, sem mais chamadas para a guerra, a não ser que seja pela paz. Porque não conquistar o ódio, derrotar exércitos e levantar a voz enquanto damos as mãos?
Eu procurei mesmo uma canção para cantar. Procurei um líder. E se o meu líder for eu?
Eu só estou a tentar fazer o mundo lutar, porque nós podemos ser heróis... basta ir e gritar.
Mas se estás aí, então vem comigo, canta comigo. Estou a morrer de vontade de acreditar que estás comigo, que estás aí. O amanhã começa agora!

Então? Estás pronto? Podemos acreditar de novo. Comecemos de dentro!
Nós não temos que esperar pelo destino, podemos ser a mudança que queremos ver.

Se estás aí fora e se estás pronto agora di-lo em voz alta, grita.
Se estás aí fora canta comigo. Estou a morrer de vontade de acreditar que estás aí. O amanhã começa agora!
Se ouvires esta mensagem, onde quer que estejas, fica sabendo que estou a chamar por todas as mulheres, por todos os homens, pois nós somos a geração. Não podemos dar-nos ao luxo de esperar. O futuro começou ontem e já estamos atrasados.

domingo, 21 de março de 2010

Pai.

Pai dedicado, preocupado sobretudo com o bem-estar material dos seus filhos. Por este motivo, pode passar pouco tempo com eles, uma vez que trabalha afincadamente para lhes proporcionar todo o tipo de comodidades. Apesar de não se intrometer muito na maneira de ser e na personalidade dos jovens, a sua força de carácter e a sua determinação são para eles um exemplo a seguir, por isso não é de estranhar que sejam crianças empenhadas e com uma enorme necessidade de aprovação por parte do pai, que consideram um herói. Aprecia o convívio com a família e tem por hábito reunir na mesma mesa os que ama.